Saúde mental em tempos de pandemia

28-04-2020

Tempos desafiantes trazem consigo formas diferentes de olharmos para a vida. A pandemia que actualmente vivemos não é excepção e com ela veio a necessidade extrema de nos debruçarmos sobre um assunto tantas vezes ignorado: a saúde mental. A saúde mental é a base do bem-estar geral e é algo que tem estado em causa nos últimos tempos.

Os últimos meses foram vividos com incertezas, pautados por medos e anseios por não sabermos até quando esta situação irá durar e sobretudo por não controlarmos a evolução de algo que é maior que nós. O isolamento social a que fomos sujeitos, para muitos de forma involuntária, quebrou rotinas, levou à perda de contacto físico e social e disparou, em muitos casos, os níveis de ansiedade.

Tendo em conta a incerteza e o desconhecido face aos tempos que virão, a nossa mente tende a criar cenários para compensar a informação que não contemos e que não controlamos, e por esse motivo há quem fantasie com um final feliz demasiado imediato para toda esta situação, e por sua vez há quem acredite em cenários extremamente catastróficos. Estes últimos são aqueles que despoletam grande parte das vezes o incremento dos níveis de ansiedade.

Muitas das vezes essa ansiedade surge sob a forma de dor generalizada, inquietação mental, hipervigilância, insónias, perda de apetite, instabilidade emocional, etc.

Neste sentido e por forma a combaterem-se os potenciais geradores de ansiedade, deixamos algumas orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a saúde mental que consideramos mais relevantes nesta fase:

  • Evite as notícias que aumentam a ansiedade ou que causem uma sensação de angústia. É normal que a exposição constante às notícias ou o excesso delas aumente o grau de preocupação. Por isso tente procurar informações em fontes confiáveis (ex: no site OMS ou de autoridades locais) apenas 1 ou 2 vezes ao dia e em horários determinados. 
  • Proteja-se e ajude quem precisar. Ex.: ligue para os seus vizinhos e pergunte se eles precisam de ajuda;
  • O quadro de Covid-19 já atinge vários países, então não relacione a doença a uma nacionalidade ou etnia específica e tente ser empático com os que foram afetados;
  • Não associe a identidade de uma pessoa ao Covid-19, pois isso pode criar uma situação complicada para a pessoa e gerar um estigma;
  • Ajude a espalhar mensagens, histórias ou imagens positivas ou de esperança;
  • Nesta época de crise as crianças podem estar mais apegadas e podem surgir novos medos. Converse e explique o que está a acontecer, adaptando o discurso para as suas idades. Caso estejam ou fiquem preocupadas, tente ficar mais próximo para aliviar as suas ansiedades;
  • Tente que as crianças expressem os seus sentimentos de maneiras positivas (ex: medo ou tristeza). Faça atividades criativas, jogos, desenhos e interaja o máximo possível com a criança;
  • Na medida do possível, tente manter ou criar uma rotina. Tente envolvê-las em atividades próprias para a idade, inclusive estudos.

Maria Belmira Fernandes

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